Morre Steve Albini, o engenheiro de som que ajudou a transformar o rock alternativo

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Morre Steve Albini, o engenheiro de som que ajudou a transformar o rock alternativo

Membro do Shellac e Big Black tinha 61 anos e não gostava de ser chamado de produtor

– Morre Steve Albini, o engenheiro de som que ajudou a transformar o rock alternativo

Crédito foto: Premiere Guitar/JMS edit

Steve Albini, responsável por trazer um estilo de som único para o rock alternativo moderno, morreu aos 61 anos após sofrer um ataque cardíaco. O líder do Shellac, que se preparava para lançar um novo álbum e sair em turnê, não gostava de ser chamado de produtor, preferindo o termo engenheiro de som – os discos em que trabalhou nunca traziam o crédito “produzido por Steve Albini” e sim “gravado por”.

Ele acreditava que a sua função era a de registrar com a maior fidelidade possível, o som feito pelas bandas e artistas e não a de se sobrepor a eles.

Shellac

O que não se nega é que o músico tinha um jeito único de captar o som de quem optava por gravar com ele. Se algo une discos como “Surfer Rosa” (Pixies, 1988), “Rid Of Me” (PJ Harvey, 1993) e “In Utero” (Nirvana, 1993) é a sua crueza e urgência sonora, com pouco uso de efeitos sonoros e trucagens, porém sempre com grande nitidez – ele era obcecado em buscar os melhores posicionamentos de microfones.

Shellac

Por achar pessoalmente errado, Steve não aceitava receber direitos autorais dos discos em que trabalhou, algo que certamente iria melhorar, e muito, sua vida financeira. Quando se via com problemas econômicos ele não raramente fazia uso de outro talento: o de jogador de pôquer – em 2022 ele ganhou quase 200 mil dólares em um dos mais prestigiosos torneios dos EUA.

Inimigo declarado de métodos digitais de gravação, Albini se recusava a usar feramentas como o pro tools, ainda que o seu estúdio, o Electrical Audio em Chicago, onde ele estava quando morreu, tivessem o programa disponível para uso de outros produtores.

Shellac

Antes de trabalhar nas mesas de som, Albini fez seu nome como integrante do Big Black, uma das mais inovadoras, e barulhentas, bandas dos anos 80. Com uma formação pouco comum, duas guitarras, baixo e bateria eletrônica, eles gravaram dois discos que se tornaram clássicos para fãs de música de pegada abrasiva: “Atomizer” e “Songs About Fucking”, de 1986 e 1987.

Shellac

Após fundar o Rapeman, que só gravou um álbum, ele montou o Shellac, que vira sua banda definitiva. “To All Trains”, primeiro álbum deles em uma década, será lançado na semana que vem. O trio deveria ter voltado ao Brasil em 2022, na primeira edição do Primavera Sound, o único festval em que aceitavam tocar, mas eles cancelaram a vinda pouco antes do evento. A banda esteve no Brasil em 2008.

Morre Steve Albini, o engenheiro de som que ajudou a transformar o rock alternativo.


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