Shane MacGowan, vocalista do The Pogues, morre aos 65 anos

Apesar de ter deixado uma obra relativamente curta – cinco álbuns com os Pogues e dois gravados em carreira solo com o The Popes – MacGowan deixou uma forte marca na música.

Filho de imigrantes irlandeses, Shane entra na música através do movimento punk quando monta a sua primeira banda, o Nipple Erectors no final dos anos 70. Em 1982, surgem os Pogues que começa a chamar a atenção com sua fusão de punk com a música tradicional irlandesa, que ia na contramão do pop e rock da década de 80.

MacGowan, com seus dentes em péssimo estado e a voz bêbada era a maior atração da banda – e também seu principal compositor. Dos cinco discos que ele grava com o grupo, dois podem ser considerados clássicos: “Rum Sodomy & The Lash” (1985), que tinha “A Pair Of Brown Eyes” e a regravação da tradicional “Dirty Old Town“, torna a banda popular, e também uam das favoritas da crítica especializada.

“If I Should Fall from Grace with God”, de 1988, chega ao terceiro lugar no Reino Unido e entra no top 100 dos EUA. Esse é o disco que traz a canção pela qual eles sempre serão lembrados, a natalina, e muito bem-humorada, “Fairytale Of New York“.

Com seu vício em álcool e drogas começando a interferir em sua capacidade como performer, MacGowan sai da banda que ajudou a fundar em 1990, pouco depois do fim das gravações de “Hell’s Ditch” – Joe Strummer, do The Clash, faz alguns shows como vocalista em substituição a ele.

Os Pogues lançaram mais três álbuns sem o vocalista e voltaram a se reunir em 2001 apenas para apresentações ao vivo, geralmente na época de natal. O último show aconteceu em 2014.

Em 2017, os 60 anos do artista foram comemorados em um evento de gala que reuniu nomes como Bono, Nick Cave, Sinéad O’ Connor cantando ao lado do aniversariante. A presença do presidente da Irlanda, Michael Higgins, no concerto, mostra como o músico era visto com importância.

Hoje, ao saber de sua morte ele escreveu: “Suas palavras conectaram o povo irlandês de todo o mundo à sua cultura e história… A genialidade da contribuição de Shane inclui o fato de que suas canções capturam dentro delas, como ele diria, a medida dos nossos sonhos – de tantos mundos, e particularmente os do amor, da experiência da emigração e a de enfrentar os desafios dessa experiência com autenticidade e coragem, e de viver e ver os lados da vida dos quais tantos se afastam”.

Relembre “Fairytale Of New York”:

E ouça “Rum, Sodomy & The Lash”: