Mara Maravilha cita racismo ao falar sobre não fazer parte de grupo com Xuxa, Eliana e Angélica

Mara Maravilha deu uma entrevista ao Fofocalizando, do SBT, que repercutiu bastante ao falar sobre o grupo formado por Xuxa, Eliana e Angélica. As três foram anunciadas, nesta semana, como uma das atrações musicais do “Criança Esperança”, da Rede Globo, marcando um encontro esperado entre as apresentadoras de programas infantis dos anos 80 e 90.

Muitos internautas, no entanto, se perguntaram o porquê de Mara Maravilha, que também comandou um programa infantil na mesma época, não ser convidada para a reunião. A artista foi questionada sobre o assunto e deu sua opinião sobre não ser convidada, sugerindo até a possibilidade de racismo em um grupo formado apenas por loiras.

“No império das loiras, eu era a morena, a cereja do bolo. Eu não preciso [fazer parte desse grupo]porque eu respeito a etnia, a diferença social. Eu não preciso. A minha carreira foi pautada com o meu talento, com as minhas conquistas, aqui no SBT, na Record, no exterior, com os milhões de discos que alcancei. Eu também já tive eventos com milhões de pessoas, mesmo sendo assim, morena. E se eu fosse preta? Eu nunca pedi para fazer parte de grupo…E depois dessa situação, é óbvio que eu também não gostaria mesmo de fazer”, disse Mara.

“Imagina você em uma escola onde tem um monte de loirinhas, e aí você é a rejeitada. Isso não é um racismo?”, disparou, pontuando que a distância entre ela e Xuxa começou após a saída da Rainha dos Baixinhos da Record.

“Eu não preciso ter esse sentimento de ser aceita. Eu já fiz a minha vida, eu não tenho essa necessidade. Quando o Léo Dias falou, ‘não quer, tem que queira’. E quem disse que eu, algum dia, quis fazer parte de um grupo? Eu nunca me ofereci para ser parte do grupo”, continuou ela.

Ao ser questionada se ela gostaria de ser próxima ou amiga das três, Mara explica: “Se não tivesse essa falta de sororidade, dessa hipocrisia que fala que é sororidade, lógico [que sim], com qualquer um. Até com a Lívia Andrade… eu sou dessas… Eu quero guardar saúde e dinheiro, eu não quero guardar mágoa no meu coração. Mas eu me permito, nas minhas 56 primaveras, de ser verdadeira”.

Sobre se sentir excluída, ela acrescenta: “Eu não preciso me sentir aceita, porque eu sou o que sou. Minha carreira foi pontada, como a própria Marlene Mattos um dia fez uma colocação, e que na época eu até me senti ofendida, ela falou assim, ‘Mara, a sua sorte é que você tem literalmente talento, e talento não envelhece’. E eu falei para a minha saudosa mãe, ‘Ela me chamou de feia?’ E minha mãe disse, ‘Não, não liga para isso, a Marlene faz pela Xuxa, o que eu faço por você, deixa quieto’. E hoje eu entendo”.

Veja a entrevista completa abaixo ou clicando aqui: