“Houses Of The Holy”, quinto álbum do Led Zeppelin, completa 50 anos. Relembre!
LP trouxe clássicos e momentos de descontração da lendária banda
– “Houses Of The Holy”, quinto álbum do Led Zeppelin, completa 50 anos. Relembre!
Ensanduichado entre o “disco dos símbolos”, ou “Led 4” (1972), o LP de maior sucesso do quarteto, e “Physical Graffiti” (1975) a última grande obra-prima do grupo, ele acabou como um disco um tanto incompreendido, ainda que visto com carinho.
Musicalmente, “Houses…” é um álbum eclético que abriga a quase progressiva “No Quarter“, a bela e complexa “The Rain Song” , um clássico eterno do rock, “The Song Remains The Same” e também a potente, e quase pop, “Dancing Days“, além da pesada “The Ocean” e do folk acústico de “Over The Hills And Far Away“.
Com tudo isso, como ele pode ser visto como um disco “menos bom” da banda? Por causa das duas faixas restantes, onde Robert Plant, Jimmy Page, John Paul Jones e John Bonham se permitiram alguns momentos de leveza e bom humor, duas coisas praticamente ausentes em quase toda a enxuta obra da banda.
“D’yer Mak’er” é uma tentativa de reggae e um dos momentos mais pop que eles gravaram. Apesar de estar longe de ser uma obra-prima, ela não deixa de divertir, e é um bom jeito de introduzir o Zeppelin no “cardápio musical” de crianças e pré-adolescentes.
“The Crunge“, de fato, é um passo em falso, com o grupo querendo, sem muito sucesso, emular o funk de James Brown – digamos que falte aos quatro um pouquinho mais de suingue para fazer frente ao “Padrinho do Soul”. Ainda assim, a música não deixa de ter o seu charme, mesmo que não vá ser muito ouvida.
“Houses…” também rendeu uma das turnês mais emblemáticas, e devassas, da história. O giro pela América do Norte entre maio e julho daquele ano. O quarteto bateu vários recordes de arrecadação e tocou para milhares e milhares de fãs em cada um daqueles 34 shows. Como eles recebiam até 90% da bilheteria dos concertos, também havia dinheiro de sobra para investir em uma apresentação mais elaborada, com muitos efeitos de luz, uso de raio laser e de efeitos pirotécnicos.
Foi também nesse giro que eles passaram a viajar no “Starship”, um Boeing que foi pintado com o logotipo da banda e mostrava que eles haviam atingido um patamar de sucesso difícil de ser superado, até mesmo pelos Rolling Stones – provavelmente a única outra atração que podia fazer frente ao Zeppelin no mundo do rock de então.
Após três meses de shows onde a tríade “sexo, drogas e rock and roll” chegou ao seu limite, o Led Zeppelin chegou ao seu compromisso final já cansado. Eles tinham três shows no Madison Square Garden que seriam filmados para um filme-concerto.
“The Song Remais The Same” teve muitos problemas de produção e só foi chegar aos cinemas em 1977, quando o movimento punk chegou para mudar a cara do cenário musical.
Apesar de indulgente, especialmente nos momentos encenados, o longa é um bom retrato do período, e a trilha relançada com faixas extras mostra que, mesmo em dias que não eram dos melhores, eles ainda conseguiam fazer mágica.
“Houses Of The Holy” chegou ao número 1 no Reino Unido e também nos EUA, onde ganhou um raro disco de diamante por mais de 11 milhões de cópias vendidas. Se na época o álbum foi recebido com certa frieza pelos críticos, hoje ele já foi reabilitado. A mais recente lista de melhores discos de todos os tempos da Rolling Stone, que adorava pegar no pé da banda nos anos 70, o coloca na 278° posição. Outros quatro LPs deles estão no ranking: a estreia e Led II, ambos de 1969 (em 101° e 123°), “IV” (de 1971, em 58°) e “Phisical Graffiti” (144°).
Ouça a versão deluxe do disco com mixagens alternativos de sete de suas oito canções de bônus:
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