Em papo exclusivo, AJR ensina como manter unida uma banda formada por irmãos

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Em papo exclusivo, AJR ensina como manter unida uma banda formada por irmãos

Jack e Ryan Met também falaram de seus mais recentes lançamentos e sobre a amizade com Rivers Cuomo do Weezer

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Ter uma banda com três irmãos pode ter suas vantagens, temos vários exemplos de grupos familiares que trabalham em harmonia, mas também trazer complicações, vide os casos do Oasis ou The Kinks. O AJR é formado por três integrantes com laços sanguíneos: Adam, Jack e Ryan Met e, pelo menos até agora, mostram que fazem parte daquele primeiro grupo.

Falando com o Vagalume, Jack e Ryan contam que conseguiram escapar dos problemas graças a uma técnica empregada desde o começo onde cada um logo percebeu o seu ponto forte para fazer a engrenagem funcionar. “Jack é excelente em criar melodias, eu com letras e o Adam é ótimo com a parte empresarial. Eu acho que o problema dessas bandas, como o Oasis, talvez aconteça quando todos querem fazer tudo ao mesmo tempo, e aí os egos ficam extravasados. Acho que achamos um jeito de evitar isso com essa divisão de tarefas.”

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Os três começarem a fazer música em 2005, ainda que apenas uma década depois eles tenham chegado ao primeiro álbum por uma grande gravadora. Felizmente, a partir dali, as coisas começaram a andar de maneira rápida para os nova-iorquinos. Desde então, foram mais três discos de estúdio, incluindo dois que chegaram no top 10 dos EUA e singles que contabilizam milhões e milhões de audições nos serviços de streaming (no caso de “Weak“, estamos falando em 610 milhões de escutadas).

O motivo dessa conversa foi o lançamento de um novo single, “I Won’t” e do álbum “Ok Orchestra”, do ano passado. Ouvir os dois em sequência é um exercício interessante. Enquanto a faixa é bastante pop e radiofônica, o LP já abre espaço para momentos mais experimentais e outras surpresas sonoras.

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Os dois concordam com Jack, dizendo que o “mindset” realmente é diferente. Ryan continua: “Quando estamos fazendo um álbum, nós estamos alimentando os nossos fãs e nós sabemos que eles têm a cabeça aberta e querem ouvir músicas com mudanças loucas de tempo e coisas esquisitas. Já quando estamos fazendo o single começamos a pensar, ‘Será que isso aqui vai funcionar na China?’ Então você pensa em coisas mais simples, como ‘bang bang bang'”, diz ele, citando um de seus maiores hit singles “Bang!“.

Sobre “I Won’t”, Ryan diz que ela foi feita em um momento em que eles estavam cansados das imposições do nosso mundo, sejam os movimentos políticos ou as redes sociais que te forçam a viver dentro de uma caixa. “Então escrevemos essa música sobre estar de saco cheio disso e dispostos a não fazermos mais isso. Nós colocamos isso no contexto de uma festa com o com o DJ mandando a gente fazer isso ou aquilo e eu dizendo “Chega!” (risos)

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É impossível também olhar o título sem pensar no clássico do Radiohead, “Ok Computer”, de 1997. Jack ri e diz que ainda que eles não tenham pensado diretamente nisso, é inegável que essa brincadeira estava na cabeça deles. Quem participa do álbum é Rivers Cuomo, o líder do Weezer, que, ironicamente, também lançou um trabalho com um título que fazia alusão ao disco do quinteto inglês, “Ok Human”. Perguntamos então se houve uma espécie de combinação na hora deles batizarem os seus trabalhos.

“Essa foi outra coincidência, porque ele me enviou uma mensagem de texto dizendo ‘nós lançamos álbuns com títulos parecidos! Acho que ele estava querendo se lembrar se chegamos a falar sobre isso, mas acho que não, foi coincidência mesmo”.

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A amizade com Cuomo já vem de algum tempo e começou quando ele ouviu “Weak” e gostou tanto que expressou publicamente, via Twitter, a sua opinião. A banda, formada por fãs de longa data do Weezer agradeceu e arriscou abusar da sorte sugerindo uma parceria, já esperando ouvir um não, como Jack conta. Obviamente não foi isso o que aconteceu. O astro do indie rock topou na hora.

“Ele pediu para que lhe enviássemos alguma coisa e nós tínhamos essa música “Sober Up“, que estava praticamente pronta, mas não tinha ainda uma ponte. A gente disse que aquela era a canção mais indie rock que tínhamos. Ele fez a parte e foi um casamento perfeito.” Jack não poupa elogios ao colega, que além de ser, em suas palavras, um compositor genial, é “uma pessoa das mais legais”.

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AJR (Foto: Rob Latour/Shutterstock)

O trio também é bastante prolífico e o próximo disco já começou a tomar forma com previsão de lançamento para o ano que vem. Jack diz que o momento é ótimo para eles que, agora, já contam com um número grande de fãs que estão dispostos a acompanhá-los. “Isso nos dá a liberdade para experimentar e extrapolar os limites. Você não precisa praticamente mais provar nada para ninguém e a sensação é ótima”

Em papo exclusivo, AJR ensina como manter unida uma banda formada por irmãos.


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