#TBT: Há 50 anos, três marcos da black music eram lançados. Relembre esses álbuns clássicos
“Young, Gifted and Black”, “Got To Be There” e “Let’s Stay Together” saíram em janeiro de 1972
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Janeiro de 1972 foi um ano muito especial para Aretha Franklin. Nos dias 14 e 15 ela, literalmente, voltou à igreja. Foi quando a “New Temple Missionary Baptist Church” recebeu a cantora para uma sessão de música gospel que, quando lançada em disco, seis meses depois, como “Amazing Grace” iria fazer história. Dez dias depois era a vez de “Young, Gifted and Black” ser lançado.
Este foi o 18° álbum de estúdio da cantora, e o nono desde que ela finalmente achou a sua voz, e o sucesso, quando começou a gravar na Atlantic. Ele também pode ser visto como o fim de uma era. A verdade é que, descontando “Amazing Grace”, ela nunca mais se mostrou tão vibrante como neste trabalho que foi disco de ouro e chegou ao 11° lugar, posição que nenhum trabalho de estúdio subsequente dela suplantou.
Aqui Aretha, desnecessário dizer, uma das maiores vozes da música moderna, deu o seu toque pessoal à músicas de Nina Simone (a faixa titulo), Otis Redding (“I’ve Been Loving You Too Long“) The Beatles (“The Long And Winding Road“) e Elton John (uma arrepiante “Border Song (Holy Moses)“).
Apesar desse time, os maiores sucessos do álbum foram compostas pela própria Aretha: “Day Dreaming” chegou ao quinto lugar e a pesada “Rock Steady“, muito apreciada pelo pessoal do hip-hop, ficou em nono.
1972 marcou o fim de uma era para Michael Jackson, mas também apontou para o futuro brilhante que ainda lhe aguardava. ESte foi o derradeiro ano da “Jackson5mania” que vinha com força desde 1969, talvez porque a máquina da Motown tenha tentado extrair um pouco demais dos garotos. Afinal foram seis álbuns em pouco mais de seis anos e muitas apresentações ao vivo e em programas de televisão.
Um sucesso tão avassalador que até o seu próprio desenho animado os irmãos ganharam – com a segunda, e última, temporada, sendo exibida justamente em 1972.
Ao mesmo tempo, a Motown já tinha percebido que Michael era uma fonte única de talento e quem deveria ser trabalhado para que todo esse potencial não se perdesse. Daí que com apenas 14 anos, ele lançava seu primeiro trabalho solo.
“Got To Be There” obviamente não é um clássico das proporções de “Off The Wall” ou “Thriller”, mas é um álbum que merece ser conhecido. Dos quatro trabalhos que ele gravou como solista para a Motown, este foi o único a ganhar um disco de ouro, coisa que, surpreendentemente nenhum disco de estúdio dele com o Jackson 5 conseguiu,.
Ele tem o adolescente cantando hits recentes de Carole King e Bill Withers (“You’ve Got A Friend” e “Ain’t No Sunshine“), um clássico das Supremes (“Love Is Here And Now You’re Gone“) e um velho sucesso dos anos 50, “Rockin’ Robin“, que também virou um hit com MJ, aliás um dos três grandes que ele teve em sua fase na Motown. Este chegou em segundo lugar. “, do ano seguinte, ficou em primeiro e “”, uma balada inesquecível com Michael cantando em um registro que, logo, iria se perder, no momento em que a voz da criança foi dando espaço para a do adulto.
Dito isso, vale escutar uma música pouco lembrada deste álbum: “Maria (You Were The Only One)” mostra que mesmo tão jovem MJ já conseguia cantar como um verdadeiro soul man. e talvez seja a grande prova de que a Motown fez muito bem em seguir lapidando o artista que atingiria o ápice já em outra gravadora – ele e os irmãos foram para a Epic/CBS em 1976.
Ao contrário de Aretha e MJ, Al Green ainda era relativamente desconhecido em 1972, mas logo isso mudaria. Em 31 de janeiro ele lançou o seu quarto álbum, e o terceiro pela gravadora HI, onde ele floresceu com a produção de Willie Mitchell e o incrível time de músicos que tocavam na “banda da casa” que colocaram definitivamente o soul de Memphis no mapa, com sua sensualidade e levada mais lenta e cadenciada.
“Let’s Stay Together” abre com a faixa-título, daqueles verdadeiros monumentos da música pop. O único número 1 de Green na parada de singles americana, a música se tornou um hit global e, ainda hoje, é dos grandes símbolos da música da época. Mesmo sem ter nada de tamanho impacto e influência, o resto do disco mantém o bom nível até o fim e tem pelo menos mais um clássico, a versão dele para “How Can You Mend A Broken Heart?” dos Bee Gees.
A história de Green é cheia de reviravoltas. Na mais dramática delas, em 1974, sua então namorada, que já havia tentado o suicídio, tentou matá-lo jogando uma panela com água fervente em cima dele e se matando em seguida.
O cantor que, como todo artista de soul com origens na igreja, entendeu que aquilo havia sido um aviso para mudar de vida e converteu-se ao cristianismo. Posteriormente ele abriu a sua igreja, que ainda está aberta para fiéis e demais interessados, tornando-se pastor e passando a gravar apenas música gospel. Ele só voltaria ao mercado secular no final dos anos 80,e aos poucos. Somente em 2003, com o excelente “I Can’t Stop”, ele fez as pazes com o seu lado de astro pop e também com Willie Mitchell, morto em 2010.
Mas, antes de tudo isso, ele seguiu com um 1972 iluminado. Em outubro aquele ano ele ainda lançaria “I’m Still in Love with You”, tão ou mais brilhante (e bem sucedido) que “Let’s Stay Together”, e outro disco dele que costuma estar muito presente em listas de melhores discos de todos os tempos.
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#TBT: Há 50 anos, três marcos da black music eram lançados. Relembre esses álbuns clássicos.
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