João Luiz Corrêa
Abandonei a querência contrariei meu coração
Por andar muito cansado da vida que leva um peão
Trabalhava noite e dia não pagavam quase nada
Arriscava minha vida laçando boi na invernada
Cá na cidade vivo de recordação
Quase morro de saudade das coisas do meu rincão.
Até meu cavalo zaino, companheiro de jornada
Presenteei pra uma prenda que era a minha namorada
Fiz a gaúcha chorar quando eu lhe disse assim
Cuide bem do meu cavalo e nunca te esqueça de mim
Tem certas coisas que machuca o coração
Lembro o meu cavalo zaino e as coisas do meu rincão
Diz que até os passarinhos não se escutam mais cantar
Depois que eu vim embora voaram pra outro lugar
Lembro das brigas de touros do brazinu e do zebú
Das noites de lua cheia e das caçadas de tatu.
O meu cachorro latindo lá no galpão
Lembro a minha prenda linda e as coisas do meu rincão.
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