Música sertaneja é um gênero musical do Brasil produzido a partir da década de 1910 por compositores urbanos, rurais e outros chamada genericamente de modas e emboladas cujo som da viola é predominante.
O sertanejo é atualmente o mais popular estilo musical no Brasil, superando inclusive o samba, na maioria dos estados do país (especialmente São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia e Tocantins).
O gênero musical sertanejo
O gênero musical sertanejo mais famoso é o sertanejo caipira, ou música caipira, esse gênero musical historicamente teve início com o Bandeirismo, um movimento de desbravamento no interior do Brasil pelos bandeirantes paulistas, no século XVI. Antonio Candido definiu como Paulistânia todo o eixo de expansão e difusão da cultura bandeirante. Região esta onde se fixou o que entendemos por cultura caipira.
Os estados de São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, metade Norte do Paraná, parte de Tocantins, parte do Mato Grosso e regiões como Sul de Minas e Triângulo Mineiro, são os locais onde se ambientaram esses valores.
Parte desses bandeirantes abandonaram a lida das bandeiras, isolando-se e formando roças, foi nas roças do interior paulista que surgiu o homem caipira, e foi la que a música caipira ganhou corpo e notoriedade, pelos canto de seus causos e suas lidas do interior, sendo gravada pela primeira vez em 1929 por Cornélio Pires.
Inicialmente tal estilo de música foi propagado por uma série de duplas, com a utilização de violas e dueto vocal. Esta tradição segue até dias atuais, tendo a dupla geralmente caracterizada por cantores com voz tenor (mais aguda), nasal e uso acentuado de um falsete típico.
Enquanto o estilo vocal manteve-se relativamente estável ao longo das décadas, o ritmo, a instrumentação e o contorno melódico incorporaram aos poucos elementos de gêneros disseminados pela indústria cultural.
Dentro do gênero
Tais modificações dentro do gênero musical têm provocado muitas confusões e discussões no país a cerca do que seria música caipira/sertaneja. Críticos literários, críticos musicais, jornalistas, produtores de discos, cantores de duplas sertanejas, compositores e admiradores debatem sobre as quais seriam as formas artísticas de expressão do gênero, que levam em conta as mudanças ocorridas ao longo de sua história.
Muitos estudiosos seguem a tendência tradicional de integrar as músicas caipira e sertaneja como subgêneros dentro um só conjunto musical, estabelecendo fases e divisões: de 1929 até 1944, como “música caipira” (ou “música sertaneja raiz”); do pós-guerra até a década de 1960, como uma fase de transição da velha música caipira rumo à constituição do atual gênero sertanejo; e do final dos anos sessenta até a atualidade, como música “sertaneja romântica”.
Outros no meio acadêmico, no entanto, consideram “música caipira” e “música sertaneja” gêneros completamente independentes, baseado na ideia de que a primeira seria a música rural autêntica e/ou do homem rural autêntico, enquanto a segunda seria aquela feita, como “produto de consumo”, nos grandes centros urbanos brasileiros por não-caipiras.
Se for adotado o critério de que música caipira e sertaneja são sinônimos, pode-se dividir este gênero musical em alguns subgêneros principais: “Caipira” (ou “Sertanejo de Raiz”), “Sertanejo Romântico” e “Sertanejo Universitário”.
A palavra “sertanejo”
A palavra “sertanejo” provem de sertão, termo popular que se dá no Brasil a certos locais afastados, longe das cidades, porém essa denominação é de certa forma errônea, pois no dia a dia do brasileiro e na arte não-musical “sertão” e “sertanejo” são mais relacionados com o Nordeste do Brasil, aonde ameríndios e mais tarde colonizadores portugueses e escravos africanos encontraram uma vegetação de savana e clima semi-árido, aonde mais tarde houve a dominação política dos chamados “coronéis”, obrigando a desenvolver uma cultura de resistência, do matuto, legitimamente sertaneja, conhecedor da caatinga.
Difere-se da cultura caipira, especificamente originária na área que abrange os estados de São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Tocantins e também o sul do Rio de Janeiro, que forma um mesmo cinturão sociocultural com o Vale do Paraíba Paulista.
Ali se desenvolveu uma cultura do colono que encontrou abundância de águas, terra produtiva e um clima mais ameno, típico do cerrado. É conhecida como “caipira” ou “sertaneja” a execução composta e executada das zonas rurais, do campo, a antiga moda de viola.
Os caipiras, duplas ou solo, utilizavam instrumentos típicos do Brasil, como viola caipira.
Caipira, raiz, romântico e universitário. A música sertaneja tem muitas variáveis e por isso é considerada o estilo mais eclético que existe, já que ela tem a capacidade de unir diversos ritmos em suas canções e cada vez mais tem conquistado as gerações.
Mesmo com seu sucesso confirmado dentro e fora do Brasil, o sertanejo é um gênero musical totalmente brasileiro e em seu estilo caipira são utilizados instrumentos artesanais típicos do Brasil-Colônia, como a viola, acordeão e gaita, que são totalmente voltados para o público rural.
Mas, você conhece a história da música sertaneja?
Mais História
A música sertaneja surgiu em 1929, quando o pesquisador, compositor, escritor e humorista, Cornélio Pires, decidiu espalhar os costumes caipiras em forma de música e encenações teatrais para os outros cantos do Brasil, passando pelo interior paulista, norte e oeste paranaenses, sul e triângulo mineiros, sudeste goiano e mato-grossense, bancando do próprio bolso o dinheiro para gravar um disco, que logo após ser lançado, esgotou-se nas lojas pela grande procura.
Nesta época, o gênero era conhecido como música caipira, pois as letras tratavam sobre a beleza bucólica e romântica da paisagem, além do modo de vida do homem do interior e do homem da cidade. Atualmente, esse gênero é conhecido como música sertaneja raiz, já que suas letras enfatizam o cotidiano e maneira de cantar.
Duplas de Sucesso
Talvez você nunca tenha ouvido falar nelas, mas entre as duplas pioneiras nas gravações em disco moda de viola, estão: Zico Dias & Ferrinho, Laureano & Soares, Mandi & Sorocabinha e Mariano & Caçula. Como suas canções estavam ligadas à realidade cotidiana, as duplas optavam por fazer crônicas e em seus resultados é possível conhecer “A revolução Getúlio Vargas”, e “A morte de João Pessoa”, gravadas em 1930 por Zico Dias & Ferrinho, além de outras músicas deste gênero.
A música e suas fases
O tempo foi passando e algumas modificações temáticas e estrutura da música, como melodia e instrumentos aconteceram. O estilo caipira foi adaptado para o moderno, tanto que nos 80 foi o primeiro gênero de massa produzido e consumido no Brasil.
A história da música sertaneja é dividida em três fases: de 1929 a 1944, música caipira ou música sertaneja raiz; de 1945 até os anos 60 como fase de transição e do final dos anos 60 até a atualidade, música sertaneja romântica.
Na primeira fase, as músicas eram compostas por uma introdução de instrumento, breve ou longa, e as músicas eram em estilo modas de viola que falavam do universo sertanejo. Os duetos eram acompanhados por viola caipira, instrumento de cordas duplas e sistemas de afinação. As duplas dessa época eram: Cornélio Pires e sua “Turma Caipira”, Alvarenga & Ranchinho, Tonico & Tinoco e Pena Branca & Xavantinho.
Instrumentos, como a harpa e o acordeão, foram introduzidos na música sertaneja, em 1945, além de novos estilos e duetos com intervalos variados. Novos ritmos também foram introduzidos, como o rasqueado, interpretado pelo violeiro mineiro Tião Carreiro. As músicas eram canções amorosas que falavam sobre a vida do compositor, cantor ou pessoas conhecidas. Artistas como Cascatinha & Inhana, Irmãs Galvão e Sulino & Marrueiro, fazem parte desta transição.
O “ritmo jovem” chegou no final dos anos 60 e compôs a fase moderna da música sertaneja acompanhado de uma guitarra elétrica. O modelo para esta nova descoberta foi a jovem guarda e um de seus integrantes, Sérgio Reis, que gravou um repertório tradicional sertanejo e ampliou o conhecimento do gênero.
Já na década de 1970, Milionário & José Rico usaram elementos da tradição mexicana, o Mariachi, com floreios de violino e trompete.
Os locais de performance desse gênero musical eram em circos, rodeios e rádios AM. Em 1980, o sertanejo começou a ser tocado nas rádios FMs, em programas de TV matutino, no horário nobre, em trilhas de novelas e programas especiais.
A partir de 1980, houve uma grande exploração comercial da música sertaneja no Brasil, começando com Chitãozinho & Xororó e Leandro & Leonardo e outras diversas duplas que surgiram e tiveram seu auge entre os anos de 1988 e 1990.
Sertanejo Romântico
Para chamar a atenção, eram alternados solos e duetos para apresentar as canções, algumas em ritmo de balada, onde sua principal mensagem era o amor. Arranjos instrumentais também foram adicionados, como instrumentos de orquestra e a base de rock, incorporada ao gênero, para deixar o ritmo mais empolgante.
As principais duplas dessa nova tendência, eram compostas por Chitãozinho e Xororó, Leandro e Leonardo, Zezé Di Camargo & Luciano, Christian & Ralf, Trio Parada Dura, Chico Rei & Paraná, João Mineiro & Marciano, Gian & Giovani, Rick & Renner, e Roberta Miranda.
Já as músicas de sucessos do gênero sertanejo romântico, são: “Fio de cabelo”, “Pense em mim”, “Entre tapas e beijos” e “Evidências”.
Atualmente, as duplas de sertanejo romântico são compostas por Bruno & Marrone, Rio Negro & Solimões, Guilherme & Santiago, Edson & Hudson, Fernando & Sorocaba, João Neto & Frederico, João Bosco & Vinicius, Jorge & Mateus, dentre outras.
Evolução
Com a evolução dos ritmos, o sertanejo deixou de ser algo voltado para as comunidades rurais e tornou-se mais dançante e mais urbano, sem perder sua característica em melodia simples e melancólica, por isso, os sertanejos atuais mudaram sua temática e adotaram temas como amor e traição, além de outros ritmos e estilos, tornando o axé-nejo, funk-nejo, arrocha e eletro-nejo, com as duplas Munhoz e Mariano, André Luiz e Otávio, Thaeme e Thiago e também cantores como Michel Teló, Gusttavo Lima, Israel Novaes, Cristiano Araújo e Léo Rodriguez, Marilia Mendonça, entre outros.
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