O merengue é um tipo de musica e dança na qual um dos pés marca o tempo e o outro é arrastado no chão. É bastante popular em vários países latinos tais como Porto Rico, Cuba, Panamá, México, Honduras, Guatemala, Equador, São Tomé e Príncipe, Venezuela e é a dança nacional dominicana. É também largamente conhecido em Angola já que a sua origem é africana e foi levado pelos escravos da África Austral (Angola)[1] para os novos territórios das Américas. O estilo mais popular do merengue é habitualmente interpretado por um amplo conjunto de instrumentos que inclui vários saxofones, acordeões, trompetas e teclados, com vocalistas divertidos. Ao nível coreográfico, o merengue apresenta passos fáceis e rápidos, dançados por casais entrelaçados. Entre 1838 e 1849, a dança chamada “Upa Habanera” (Upa de Havana) fez seu caminho no Caribe sendo bem-vinda em Porto Rico. Um dos passos desta dança era chamado de merengue e isso denominou a dança quando aportou em solos dominicanos. Permaneceu desconhecida para muitos até que o coronel Alfonseca escreveu letras para a nova música. Em 1844, o merengue ainda não era popular, mas em 1850 estava em voga, tirando o lugar antes ocupado pela tumba. Nesta época, os jornais de Santo Domingo iniciaram uma campanha contra o merengue em favor da tumba. A alta sociedade não o aceitava pois as letras eram vulgares, descendiam de negros africanos e não tinham caráter religioso. Mas aos poucos, o merengue foi ganhando espaço. No começo do século 20, alguns músicos tentavam introduzir o merengue nos salões de bailes, porém ainda encontravam resistência da alta sociedade que não aceitava as letras das músicas. Em 1930, Rafael Trujilo usou as músicas em sua campanha presidencial através das rádios. Uma família aristocrática pediu para Luiz Alberti para escrever uma letra decente e fez “Compadre Pedro Juan” que não foi só aceita pela sociedade como tornou-se um sucesso. A partir daí, o ritmo tornou-se muito popular e passou a ser dançado em muitos lugares do Caribe e América do Sul. Atualmente, o merengue, assim como seu primo samba, sofreu influências norte americanas, como a de grandes bandas. Os instrumentos mudaram, mas o ritmo continua inconfundível. A dança é muito alegre e contagiante, com passos fáceis que permitem a cada dançarino se expressar através de seu gingado, podendo também ser dançada por um casal. A história do Merengue é uma história de escravidão, de reinvenção, de ascensão política e de grande paixão pela música e pela dança que orgulhosamente exibem esse nome. Não é qualquer uma que se torna a dança nacional de um país… conheça a ascensão deste doce Merengue. História de um merengue Considerada a dança nacional da República Dominicana, o Merengue tem origens marcadamente crioulas e, remontando aos finais do século XVIII, início do século XIX, é o resultado da fusão entre o Minuet africano e francês. Depois de observar os grandes bailes dados pelos seus “senhores”, os escravos negros reinpretavam essas danças, que consideravam demasiado entediantes, adicionando o batuque dos tambores e passos mais rápidos. Entre 1838 e 1849, esta dança, na altura conhecida como Upa Habanera (Upa de Havana) começou a difundir-se pelas Caraíbas, tendo sido muito bem recebida em Porto Rico. Um dos passos dessa dança chamava-se “merengue” e, quando a novidade chegou à República Dominicana a dança ficou rapidamente conhecida por esse nome. Nessa altura, era a Tumba que dominava as pistas de dança dominicanas e a alta sociedade olhava com desdém para o recém-chegado Merengue, apontando as suas letras – recheadas de conotações sexuais e políticas – como simplesmente vulgares. Uma ascensão política Passo a passo, o Merengue foi conquistando o seu lugar e, em 1850, já destronava a Tumba, mas manteve-se uma dança exclusiva das classes média-baixa. O auge da sua popularidade deu-se em 1930 quando Rafael Trujilo – grande fã do Merengue – utilizou essas músicas na sua campanha presidencial. Luiz Alberti escreveu uma letra “decente” para a ocasião e assim nasceu o tema “Compadre Pedro Juan”: aceite por toda a sociedade unanimemente. Tornou-se, a partir de então, na música simbólica da cultura nacional, mas devido à ditadura de Rafael Trujilo o Merengue adoptou durante, as três décadas seguintes, uma postura e um som mais sóbrio. Renasceu em 1961 com o assassinato de Trujilo e, ao ser exportado, o Merengue ganhou novo fôlego com as influências do rock e R&B americano, bem como alguns elementos da Salsa cubana. A paixão pelo Merengue é ainda partilhada pelos povos de Porto Rico, Haiti, Venezuela e Colômbia. Dança comigo? De uma leveza surpreendente, apesar dos seus ritmos curtos, rápidos e precisos, o Merengue – que requer um par de bailarinos com vontade de se entrelaçarem – é uma das danças mais simples e divertidas de aprender. O passo base de toda a sua estrutura é elementar: enquanto um dos pés marca o tempo, o outro é arrastado no chão. As pernas comandam esta dança frenética, contrastando com os membros superiores, que se mantêm praticamente imóveis. Tudo isto acontece ao som da música Merengue que fica no ouvido e contagia os pés graças à harmonia proporcionada por saxofones, acordeões, trompetas, teclados, guitarras electrónicas e sintetizadores, sem esquecer os vocalistas que interpretam letras muito engraçadas. Lendas dançantes Não é todos os dias que descobrimos lendas fabulosas por de trás de um determinado estilo de dança. Embora não saibamos se se trata de facto ou ficção, a verdade é que são histórias divertidas que talvez possam ter influenciado a forma de dançar Merengue. A primeira lenda conta que esta dança começou com os escravos que, acorrentados uns aos outros, viam-se forçados a arrastar uma perna para poderem trabalhar nos campos de cana-de-açúcar. A segunda fábula diz que um dos grandes heróis de guerra da República Dominicana foi lesionado numa perna e quando regressou à sua terra natal, a comunidade recebeu-o com uma enorme festa. Com respeito pelo que lhe tinha acontecido, todos dançaram como ele: a coxear e a arrastar uma perna! Há quem diga ainda que o Merengue foi buscar a sua designação ao doce com o mesmo nome (em português são os suspiros) – leve e doce, tal como a dança.
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