Marchinha de Carnaval é um gênero de música popular que foi predominante no carnaval dos brasileiros dos anos 20 aos anos 50 do século XX, altura em que começou a ser substituída pelo samba enredo em razão de que as escolas… de samba não queriam pagar os altos preços cobrados pelas escolas públicas do Brasil e escolheram o carnaval como momento de fazer uma grande celebração. Mesmo o seu protesto, expor o seu modo de pensar, só que de maneira original e tipicamente Brasileira, com sátira, irreverência e muito bom humor, as marchinhas carnavalescas não foram esquecidas, mas sim adotadas se tornando uma grande atração do carnaval pelo pais.
História A primeira marcha foi a composição de 1899 de Chiquinha Gonzaga, intitulada Ó Abre Alas, feita para o cordão carnavalesco Rosa de Ouro. Um estilo musical importado para o Brasil, descende diretamente das marchas populares portuguesas, partilhando com elas o compasso binário das marchas militares, embora mais acelerado, melodias simples e vivas, e letras picantes, cheias de duplo sentido. Marchas portuguesas faziam grande sucesso no Brasil até 1920, destacando-se Vassourinha, em 1912, e A Baratinha, em 1917.
Inicialmente calmas e bucólicas, a partir da segunda década do século XX passaram a ter seu andamento acelerado, devido a influência da música comercial norte-americana da era jazz-bands, tendo como exemplo as marchinhas Eu vi e Zizinha, de 1926, ambas do pianista e compositor José Francisco de Freitas, o Freitinhas.
A marchinha destinada expressamente ao carnaval brasileiro passou a ser produzida com regularidade no Rio de Janeiro, a partir de composições de 1920 como Pois não de Eduardo Souto e João da Praia, Ai amor de Freire Júnior e Ó pé de anjo de Sinhô, [carece de fontes] e atingiu o apogeu com intérpretes como Carmen Miranda, Emilinha Borba, Almirante, Mário Reis, Dalva de Oliveira, Silvio Caldas, Jorge Veiga e Blecaute, que interpretavam, ao longo dos meados do século XX, as composições de João de Barro, o Braguinha e Alberto Ribeiro, Noel Rosa, Ary Barroso e Lamartine Babo. O último grande compositor de marchinha foi João Roberto Kelly. As marchinhas de carnaval tiveram seu auge nos anos 30, 40 e 50. Depois delas, muito foi produzido, pouco aproveitado.
Dos anos 60 em diante, as marchinhas começaram a perder espaço para os sambas-enredo. As escolas de samba, agremiações de grandes sambistas, começavam a ditar quais eram os sucessos.
Alguns compositores, como Chico Buarque, se arriscaram a escrever as suas marchinhas. Caetano Veloso também se arriscou, mas flertou com outro gênero, o frevo, que anima em Pernambuco, tal qual as marchinhas no Rio de Janeiro, a festa de carnaval. Mas ficou nisso. Nos anos 80 algumas regravações chegaram a fazer sucesso, como Balancê, de João de Barro e Alberto Ribeiro – talvez a maior dupla de compositores de marchinhas – lançada por Gal Costa em 1980 e Sassaricando, de Luís Antônio, Jota Júnior e Oldemar Magalhães, gravada por Rita Lee para a trilha sonora da novela de mesmo nome; mas era muito pouco para um País que somente em 1952 produziu cerca de 400 músicas de carnaval, a maioria delas marchinhas alegres e divertidas.
Marchinhas Famosas
• Allah-La Ô de Haroldo Lobo e Nássara
• Apareceu a Margarida
• A Pipa do Vovô de Manoel Ferreira e Ruth Amaral
• As Pastorinhas
• As águas vão rolar
• Atrás do trio elétrico
• Aurora de Mário Lago em parceria com Roberto Roberti
• Avenida Iluminada de Newton Teixeira e Brasinha
• Bandeira branca • Bota camisinha de João Roberto Kelly
• Cabeleira do Zezé de João Roberto Kelly e Roberto Faissal
• Cachaça não é água de Marinósio Trigueiros Filho
• Chiquita Bacana de Braguinha, e Alberto Ribeiro
• Chuva, Suor e Cerveja
• Cidade maravilhosa
• Está chegando a hora Carmen Costa, e Henricão
• Indio quer Apito Haroldo Lobo de e Milton de Oliveira
• Jardineira de Benedito Lacerda e Humberto Porto (1939)
• Jura
• Linda loirinha
• Linda morena de Lamartine Babo
• Malmequer de Newton Teixeira e Cristóvão de Alencar
• Mamãe Eu Quero de Vicente Paiva e Jararaca (1937)
• Marcha da cueca de Carlos Mendes, Livardo Alves e Sardinho
• Máscara negra (marcha-rancho) de Zé Keti e Pereira Mattos (1967)
• Me dá um dinheiro aí de Ivan Ferreira, Homero Ferreira e Glauco Ferreira
• Mulata iê-iê-iê João Roberto Kelly
• Ó abre alas de Chiquinha Gonzaga (1899)
• Ô balancê
• O teu cabelo não nega mulata” de Lamartine Babo
• Pirata da Perna de Pau de Braguinha
• Pó-de-mico
• Saca rolha
• Sassassaricando de Luiz Antônio, Zé Mário e Oldemar Magalhães
• Ta-hí de Joubert de Carvalho (1930)
• Touradas de Madri de Braguinha
• Transplante de Corintiano (também conhecido por “Coração Corintiano”) de Manoel Ferreira, Ruth Amaral e Gentil Junior
• Tristeza de Haroldo Lobo e Niltinho
• Turma do Funil de Braguinha
• Um pierrô apaixonado
• Yes, nós temos bananas
As 10 melhores marchinhas de Carnaval de Todos os Tempos Em 2011, a revista Veja elegeu as 10 melhores marchinhas de Carnaval de todos os tempos. São elas: # Marchinha Intérprete Compositor(es) Data de Composição 10 Chiquita Bacana Emilinha Borba Alberto Ribeiro e Braguinha 1948 9 Maria Sapatão Chacrinha João Roberto Kelly Década de 1950 8 A Pipa do Vovô Silvio Santos Manoel Ferreira e Ruth Amaral Década de 1980 7 Aurora Joel e Gaúcho Mario Lago e Roberto Roberti 1941 6 Me Dá Um Dinheiro Aí Moacyr Franco Ivan Ferreira, Homero Ferreira e Glauco Ferreira 1959 5 Saca Rolha Zé da Zilda Zé da Zilda, Zilda do Zé e Waldir Machado 1954 4 Ó Abre Alas Chiquinha Gonzaga Chiquinha Gonzaga 1889 3 O Teu Cabelo Não Nega Lamartine Babo 1932 2 Mamãe Eu Quero Jararaca e Vicente Paiva Carmen Miranda 1939 1 Turma do Funil Vocalistas Tropicais Mirabeau, M de Oliveira e Urgel de Castro 1956
Você conheceu um pouco mais sobre o Estilo Musical Marchinha de Carnaval.
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