O blues é um gênero e forma musical originado por afro-americanos no extremo sul dos Estados Unidos em torno do fim do século XIX. O gênero se desenvolveu a partir de raízes das tradições musicais africanas, canções de trabalho afro-americanas, spirituals e música tradicional.
O blues incorporou spirituals, canções de trabalho, canto de campo, ring shout, chant e baladas narrativas simples e rimadas.
A forma do blues, onipresente no jazz, no rhythm and blues e no rock and roll, é caracterizada pelo padrão de chamada e resposta, pela escala de blues e por progressões de acordes específicas, das quais o blues de doze compassos é o mais comum.
Blue note é uma nota cantada ou tocada com um timbre ligeiramente mais baixo do que o da escala maior, o que faz com que a nota tenha um som distintivamente triste e melancólico; a própria palavra “blues”, em inglês, é sinônimo de melancolia.
Blues shuffles ou linha de baixo reforçam o ritmo de transe e formam um efeito repetitivo conhecido como groove.
Blues como um gênero também é caracterizado por suas letras, linhas de baixo e instrumentação. Os primeiros versos tradicionais de blues consistiam em uma única linha repetida quatro vezes. F
oi apenas nas primeiras décadas do século XX que a estrutura corrente menos comum tornou-se padrão: o padrão AAB, consistindo de uma linha cantada sobre as quatro primeiras, sua repetição nas quatro próximas e, em seguida, uma linha de conclusão mais longa sobre as últimas linhas.
Os primeiros blues muitas vezes tomavam a forma de uma narrativa livre, relacionando frequentemente os problemas experimentados na sociedade afro-americana.
Muitos elementos, como o formato de chamada-e-resposta e o uso de blue notes, podem ser relacionados à música da África. As origens do blues também estão intimamente relacionadas com a música religiosa da comunidade afro-americana, os spirituals. A primeira aparição do blues é muitas vezes datada após o fim da escravidão e, mais tarde, o desenvolvimento do juke joint.
Está associada à liberdade recém-adquirida dos antigos escravos. Os cronistas começaram a relatar sobre a música blues no alvorecer do século XX. O blues desde então evoluiu de música vocal não acompanhada e tradições orais de escravos em uma grande variedade de estilos e subgêneros. Os subgêneros de blues incluem country blues, Delta blues e Piedmont blues, bem como estilos de blues urbanos como Chicago blues e West Coast blues.
A Segunda Guerra Mundial marcou a transição do blues acústico para o elétrico e a abertura progressiva da música blues para um público mais amplo, especialmente ouvintes brancos. Nos anos 1960 e 1970, uma forma híbrida chamada blues rock evoluiu.
0 Blues foi uma das principais fontes de todos os gêneros musicais americanos: jazz, soul, disco, rock’n roll, uma boa parte da música pop, da corrente folk urbana os anos 60 e mesmo, de modo significativo, da música country em todas as suas derivadas – western swing, bluegrass, rockabilly…
As características essenciais do Blues – swing, poema de 12 compassos, alterações da escala maior – são encontradas, de um modo ou de outro, em um número considerável de artistas de gêneros e estilos tão diferentes como Ornette Coleman ou Frank Sinatra, os Rolling Stones ou Doc Watson, e até na Europa do Leste e a Ásia! De Johnny Holliday a Michel Jonasz, pouquíssimos artistas atuais de música popular seriam o que são sem um empréstimo freqüente do Blues.
Paradoxalmente, se a importância do Blues na criação na elaboração de todas essas músicas do século XX é relativamente reconhecida, muitas exegeses só deram ao Blues o valor de fonte, negando-lhe qualquer evolução específica e qualquer vida autônoma.
Entretanto, nos últimos anos, o Blues se impôs na Europa – principalmente na França – como um gênero bem particular, com seu público, que não cessa de crescer, seus grandes nomes, suas revistas especializadas.
Os concertos e turnês se multiplicam, várias obras dedicadas a esse gênero aparecem, e catálogos de Blues são atualmente encontrados em todas as lojas de discos, engrossando as opções até a exaustão, o que em absoluto não era o caso há apenas uma década.
Mas, se o apreciador de Blues reconhece instantaneamente “sua” música, raramente é capaz de situar seus contornos e limites, e muito menos retratar sua história e sua evolução. Com efeito, muitos conflitos vêm da ausência de uma análise em profundidade, avivada até em data recente pela fragilidade da pesquisa etnomusicológica norte-americana nesse campo.
De fato, contrariamente ao jazz, cuja vocação universalista o fez sair rapidamente de seu contexto etnocultural de origem, o Blues foi a primeira e principal forma cultural especificamente negro-americana e, enquanto tal, foi – como o povo negro que a criou e até meados dos anos 60 – objeto de desprezo ou de ignorância dos americanos brancos – apesar de transtornar insidiosamente e seguramente, por sua incomparável originalidade, seu vigor e sua riqueza, toda a música americana – antes de estender-se ao Velho Continente.
A história do Blues, sua evolução, suas sucessivas mutações são inseparáveis da longa subida para a superfície do povo negro americano, para quem, durante várias décadas, o Blues foi, mais que uma música, seu principal meio de expressão, desempenhando igualmente, desde então, um papel sociológico e psicológico absolutamente não-habitual na música moderna do mundo ocidental.
Na realidade, e é preciso insistir neste ponto, o Blues é uma etnomúsica mas em condições sócio-históricas tais, que pôde ser explorada comercialmente antes de tornar-se objeto de estudos científicos! É só, portanto, através de uma abordagem desse tipo etnomusicológica, sociológica e histórica – que se pode compreender realmente o Blues e dar-lhe seu lugar exato na civilização americana. Porque, nascido de uma longa tradição oral e abalando então pesadamente as regras do solfejo e da harmonia, o Blues desafiou durante muito tempo os hábitos da escrita musical.
Todo estudo profundo do Blues deve então apoiar-se em raras fontes escritas, na escuta atenta e comparativa das gravações sonoras desde 1930 (data do primeiro disco de Blues e nas entrevistas insubstituíveis dos mais antigos músicos vivos desse gênero musical, que freqüentemente seguiram ou mesmo precederam a evolução acelerada de seu povo e de sua música.
Pois não esqueçamos que apenas um século separa o fim da Guerra de Secessão e a emancipação dos escravos negros do reconhecimento internacional do Blues!
Você conheceu um pouco mais sobre o Estilo Musical Blues.
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