Tina Turner morre aos 83 anos

O anúncio foi feito na página da cantora no Instagram: “É com grande tristeza que anunciamos o falecimento de Tina Turner. Com sua música e uma paixão sem limites pela vida, ela encantou milhões de pessoa ao redor do mundo e inspirou as estrelas de amanhã. Hoje nós dizemos adeus para uma grande amiga que nos deixa com seu maior trabalho: a sua música. Toda nossa compaixão vai para a sua família. Tina, nós sentiremos muito a sua falta”, disse a mensagem.

Dona de uma voz que só podia ser comparada à de Aretha Franklin, Tina, nascida Anna Mae Bullock em 1939, despontou para o sucesso com a dupla que tinha com seu então marido Ike Turner, homem de talento inegável, basta dizer que gravou aquele que é considerado o primeiro rock and roll da história, e dono de um caráter repulsivo.

Desde 1960, Ike and Tina Turner gravaram uma série de singles que estão entre os melhores da história do R’nB e faziam shows antológicos nos EUA e outras partes do planeta.

Na época ninguém sabia que por trás do casal bem sucedido e feliz escondia-se uma trágica história de violência e abusos de todos os tipos. Turne só conseguiu se livrar de Ike quando fugiu só com a roupa do corpo em 1976. O divóricio foi oficializado dois anos depois.

Tina então tenta recomeçar a sua carreira gravando discos de pouco sucesso e se apresentando no chamado circuito de nostalgia. Sua sorte começa a mudar nos anos 80. Em 1981 Rod Stewart viu um shwo da cantora e a convidou para se apresentar com ele no Saturday Night Live. Nesse mesmo ano ela se reconectou com os Rolling Stones e foi convidada a abrir a turnê da banda de 1981 – Ike & Tina já tinham excursionado com os ingleses na turnê de 1969 deles.

A fase de renascimento culminou graças a uma parceria um tanto inusitada. À convite do B.E.F, um projeto dos ex-integrantes do Human League Martyn Ware e Ian Craig Marsh, que depois formariam o Heaven 17 ela participou de uma cover de “”, dos Temptations. A junção do tecnopop inglês com o soul de raiz dos EUA acabou dando liga e a faixa se tornou um sucesso nos clubes europeus.

Turner então assina um contrato com a Capitol e lança uma cover de “Let’s Stay Together“, também produzida pelo B.E.F., que estoura mundialmente. Animada, a gravadora pede um LP e ela grava em tempo recorde “Private Dancer”.

Lançado em maio de 1984 o álbum explode de maneira surpreendente e faz de Tina uma das maiores estrelas da música pop daquele momento. O álbum vende milhões de cópias e emplaca várias de suas faixas como singles, etre elas “Private Dancer” e, a canção que se tornaria sua marca registrada, “What’s Love Got To Do With It?” e ganhou o Grammy de gravação do ano, ela ainda levaria mais dois troféus na cerimônia de 1985.

Em 1985 ela estrela “Mad Max – Além da Cúpula do Trovão”, o terceiro longa da série, e faz sucesso com a sua música tema, “We Don’t Need Another Hero“.

Em janeiro de 1988 ela entra para o Guinness Book com uma pequena ajuda do Brasil, ao levar 180 mil pessoas no Maracanã para vê-la, o maior público pagante para um artista solo até aquele momento – Turner também fez dois concertos em São Paulo. Apesar deste sucesso, ela nunca mais retornou ao Brasil.

Nenhum dos quatro álbuns lançados por ela depois de “Private Dancer” teve o mesmo impacto que o disco que reviveu a sua carreira, mas isso não tem importância, já que, a partor dali, ela podia gozar tranquilamente de sua posição simultânea de popstar e lenda da música.

Tina Turner fazia parte duplamente do Rock and Roll Hall Of Fame. Em 1991 ela entrou como parte de sua dupla com Ike Turner e , no ano passado, como artista solo (ela aceitou o troféu via satélite de sua casa).