Rita Lee deixa obra inestimável de legado. Conheça alguns de seus álbuns mais marcantes
Pequena amostra de uma discografia de grande impacto
– Rita Lee deixa obra inestimável de legado. Conheça alguns de seus álbuns mais marcantes
O recém-lançado livro com os “500 Maiores Álbuns da Música Brasileira” deixa isso claro. Rita tem oito de seus discos solo no ranking, além de seis que ela gravou com os Mutantes.
Abaixo relembramos, em ordem cronológica, cinco discos dela que faziam, fazem e sempre farão parte da históra da música feita no Brasil.
“Os Mutantes” – 1968
Ao lado dos irmãos Sérgio e Arnaldo Baptista, Rita formou os Mutantes, a banda que mostrou que era possível a existência de um rock brasileiro, mais do que apenas um “rock feito no Brasil”. Merecidamente cultuados no país e no mundo, o grupo deixou originalmente cinco discos em que mostraram ecletismo, bom humor e muito talento musical.
O melhor mesmo é ouvir todos eles e também “Tecnicolor” e “O A e o Z” (este já sem Rita) lançados décadas depois do fim da banda, para se ter a real dimensão dos Mutantes, mas aqui escolhemos a estreia deles com o trio em seu momento de maior comunhão com os tropicalistas.
Lançado em 1968, “Os Mutantes” começava com a onírica “Panis Et Circenses“, de Gil e Caetano, e passeava pelo samba lisérgico, baião, chanson francesa, baladas e o rock psicodélico. As composições próprias aqui são minoria, mas isso iria mudar com os lançamentos seguintes.
“Atrás do Porto Tem Uma Cidade” – 1974
Rita começou sua carreira solo paralelamente ao trabalho com os Mutantes, “Hoje é o Primeiro Dia do Resto da Sua Vida” é, na verdade, um disco da banda creditado a ela.
Este álbum é o terceiro da cantora e o primeiro que ela grava com o Tutti Frutti. Ele também marca a despedida dela da Polygram. A pegada aqui é a de rock à la Rolling Stones, com inegável molho de glam rock, que estava em alta em todo o mundo. Um sintetizador também foi usado em algumas faixas, mostrando a cantora em dia com as inovações tecnológicas da época.
“Atrás do Porto”, com suas dez músicas e apenas 30 minutos, é uma aula de concisão e está cheio de clássicos: “Menino Bonito“, das mais belas baladas do nosso pop, “Mamãe Natureza“, “Ando Jururu“. A faceta feminista, e liberal, surge na ótima “Tratos à Bola“, verdadeiro tratado de princípios (“Eu gosto de pensar que tenho a vida pela frente / Pra ver acontecer o que nem sonha a imaginação”).
“Fruto Proibido” – 1975
Estreia na Som Livre e obra-prima indiscutível da música brasileira, “Fruto Proibido” é o grande disco de Rita, algo com o que ela também concordava. Com a cantora no auge e o Tutti Frutti em ponto de bala, o álbum faz dela a rainha inegável do rock brasileiro e abre o caminho que culminaria no megaestrelato alguns anos depois.
“Agora Só Falta Você“, “Luz Del Fuego“, “Esse Tal de Roque Enrow” e “Dançar Pra Não Dançar” e a faixa-título são alguns dos clássicos aqui presentes. Acima deles, brilha “Ovelha Negra“, outra balada de arrepiar e outra de suas músicas símbolo (ela teve várias durante a carreira).
“Rita Lee” – 1979
O disco da guinada, este álbum escancara o que “Babilônia”, seu trabalho anterior, já esboçava: a decisão de deixar o rock ortodoxo um pouco de lado para abraçar uma música mais pop e de maior apelo. Roberto de Carvalho se torna seu parceiro de vida e de música e é fundamental para o surgimento dessa nova Rita Lee.
Os três primeiros discos dessa parceria são todos incrivelmente bem sucedidos e estão na memória afetiva de milhões e milhões de brasileiros. “Rita Lee” já deixa claro desde o começo que a cantora estava em outra onda ao abrir com a disco music de “Chega Mais“. “Papai Me Empresta O Carro“, logo em seguida, mostra que o gosto pelo rock bem humorado ainda pulsava nas veias da artista. O álbum tem ainda “Corre-corre“, a iconoclasta “Arrombou A Festa II“, outro manifesto feminista de grande fora. “Elvira Pagã” e mais duas baladas históricas: “Doce Vampiro” e o monumento “Mania de Você“.
“Em Bossa ‘N Roll” – 1991
Um pouco esquecido hoje em dia, “Bossa n’ Roll” é um dos trabalhos mais bonitos gravados pela cantora. Feito em um período complicado, ela estava separada de Roberto de Carvalho e lidando com uma forte dependência química, Rita decide largar os grande shows e abraçar seu “lado João Gilberto”.
Trocando os ginásios pelos teatros, e acompanhada apenas pelo violonista Alexandre Fontanetti, Lee relembrou hits, “lados B” e também cantou músicas de outros artistas que a inspiraram.
Este álbum ao vivo saiu no momento em que a transição do LP para o CD estava acontecendo e teve um lançamento meio confuso, com diferenças nos dois formatos.
Os serviços de streaming trazem a versão comemorativa de 25 anos com o repertório quase completo – quem quiser ouvir a dobradinha “Chega Mais / Banho de Espuma” vai ter que ir atrás do vinil lançado na época.
Rita Lee deixa obra inestimável de legado. Conheça alguns de seus álbuns mais marcantes.
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