Há 40 anos, U2 lançava “War” e começava sua caminhada rumo ao megaestrelato
Terceiro álbum da banda marcou o fim de sua primeira fase
– Há 40 anos, U2 lançava “War” e começava sua caminhada rumo ao megaestrelato
“War” é um trabalho curioso. Ainda que traga dois dos maiores símbolos da banda, “Sunday Bloody Sunday” e “New Year’s Day“, ele acabou um tanto quanto apagado da história dos irlandeses – o fato dessas duas músicas terem ganhado versões mais poderosas, e certamente mais ouvidas, no mini-LP “Under A Blood Red Sky”, também de 1983, talvez explique um pouco dessa situação. Isso e o fato dele ter alguns dos momentos mais experimentais da carreira deles.
“War” marcou o fim de uma etapa da banda e pode ser enxergado como o último disco da “fase irlandesa” deles. A banda entregou um LP marcado por temas políticos locais e uma sonoridade bem crua, ainda com muita inspiração do punk e do pós-punk. Ele ainda foi o último trabalho deles totalmente produzido por Steve Lillywhite.
“War” foi o primeiro álbum do U2 a chegar ao número 1 no Reino Unido, e, mais importante, no top 20 dos EUA (em 12° lugar). A partir daí, as recompensas pelas várias turnês deles por lá começaram a ser colhidas, com shows cada vez maiores e importantes e um fã clube mais e mais fiel aumentando visivelmente.
Durante a turnê de divulgação, o quarteto fez um set poderoso no US Festival, em um dia que teve David Bowie de headliner e o inesquecível show no RRed Rocks Amphitheater, que ficou imortalizado em vídeo (e, posteriormente, em DVD).
O fato dele não ser tão massificado favorece a sua redescoberta. De suas dez faixas, apenas três delas seguiram sendo tocadas pela banda através dos anos. Além das já citadas “Sunday…” e “New Year’s Day”, a espiritualizada “40“, foi usada para encerrar um bom número de concertos nos anos e décadas seguintes. Ele também conta com três músicas nunca mostradas em shows e uma que foi tocada em apenas uma ocasião (“Like A Song“, que tinha tudo para se tornar uma potência ao vivo) .
Assim vale a pena relembrar, ou mesmo conhecer, faixas fortes como “Surrender“, o single perdido “” e a interessante “Red Light“, com uma pegada punk-funk à la Gang Of Four e um inusitado, e único na carreira deles, solo de trompete. “The Refugee“, com seu ritmo tribal e “gritos de guerra” é mais uma que soa como uma anomalia na história da banda
“War” não chegou a ser uma unanimidade entre os críticos.. Dos três semanários ingleses ele só entrou na lista de fim de ano do “Sounds”. Para compensar, o disco foi citado pela Rolling Stone como um dos destaques de 1983.
O LP também demorou a sair no Brasil. Somente em 1985, depois do sucesso de “Pride (In The Name Of Love)” e do show deles no Live AId, é que o vinil pôde ser comprado nas nossas lojas. Em compensação, “nessa mesma época, um single de 12 polegadas com “Sunday Bloody Sunday” no lado A e remixes de “New Years Day” e “Two Hearts…” ganhou edição nacional e é um item que certamente tem bastante valor entre os colecionadores. Igualmente recomendado para os completistas é a edição especial em CD lançada em 2008 com um disco bônus com 12 extras entre lados b de compactos, remixes e faixas ao vivo.
Depois de “War”, o U2 mudaria de rumo. Apaixonados pela América e seus mitos, e com Brian Eno e Daniel Lanois de produtores, eles entrariam em sua fase de maior sucesso, com os álbuns “The Unforgetable Fire” (1984) e, principalmente “The Joshua Tree” (1987).
Ouça:
Há 40 anos, U2 lançava “War” e começava sua caminhada rumo ao megaestrelato.
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