Precisamos falar sobre saúde mental no meio artístico
Seguir carreira como artista independente é incrível, fato, mas isso não quer dizer que seja menos desgastante e/ou cansativo. Das críticas destrutivas à sobrecarga de trabalho, precisamos falar sobre saúde mental no meio artístico. Ainda mais porque, segundo pesquisas, cerca de 66% dos DJs, por exemplo, já sofreram burnout.
Junte a isso a ansiedade, a depressão e a síndrome do impostor, que são marcas da nossa sociedade atual. Estamos mais doentes e exaustos mentalmente, o que torna ainda mais importante conversarmos a respeito. Tanto para entendermos o que está acontecendo, como para sabermos quando pedir ajudar.
Quais são as principais questões mentais que afetam artistas?
Para a construção deste artigo, focaremos nas quatro síndromes mais comuns no mercado de trabalho: burnout, ansiedade, depressão e síndrome do impostor. Por mais que existam outras, iniciaremos a conversa por elas, que costumam ser as mais recorrentes.
O que é burnout?
A princípio, burnout é o esgotamento profissional. Isto é, é um distúrbio emocional caracterizado pelo cansaço extremo, que se manifesta ora fisicamente, ora mentalmente. No início de 2022, ele entrou para a lista de doenças do trabalho – doenças ocupacionais – da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Logo, para quem trabalha no meio artístico, infelizmente, é mais comum do que parece. É tanta cobrança, pressão e necessidade de dar certo que, muitas vezes, extrapolamos os limites. Fora que não é fácil viver de arte no Brasil. Inegavelmente, a desvalorização é uma das principais culpadas do cenário atual.
E quando falamos da desvalorização, vai desde a financeira, que é importante para ter qualidade de vida, à moral.
Quais são os sintomas do Burnout?
- Falta de motivação;
- Cansaço físico e mental;
- Irritabilidade e agressividade;
- Dificuldade de concentração;
- Isolamento;
- Ansiedade;
- Depressão, entre outros sintomas.
Caso você sinta qualquer um desses sintomas com constância, procure ajuda. É “normal” se sentir cansado. No entanto, existe um limite até onde pode ir. Então, quando não tratado, o burnout pode evoluir, trazendo riscos para a vida.
O que é a ansiedade?
Quando falamos de saúde mental no meio artístico, a ansiedade é, talvez, uma das síndromes mais recorrentes. O medo de não dar certo ou, até mesmo, o medo do futuro são mais comuns do que deveriam ser. Em síntese, a ansiedade é caracterizada por um conjunto de preocupações constantes e excessivas sobre a realidade.
A situação ainda nem ocorreu, mas a pessoa ansiosa já está sofrendo de antemão. Novamente, no universo dos músicos independentes, é bem comum. Não só por termos sido desacreditados em algum momento, como também pelos riscos da profissão. Isso porque, por mais corajoso e admirável que possa ser começar sozinho, é igualmente aterrorizante.
Quais são os sintomas da ansiedade?
A ansiedade tem diferentes níveis. Nesse sentido, existe a ansiedade que faz parte da nossa vida. Ela costuma acontecer ao enfrentarmos situações novas e que fogem do nosso controle. Existe a ansiedade mais grave, que é quando acomete o nosso bem-estar. Nela, crise de ansiedade e ataques de pânico podem se tornar comuns.
Por fim, existe a ansiedade crônica, que é um transtorno. Alguns sintomas recorrentes em todos os três tipos são:
- preocupação excessiva;
- medo irracional;
- tensão muscular;
- problemas digestivos;
- crise de pânico e/ou de ansiedade;
- comportamento compulsivo;
- insegurança, entre outros.
O que é a depressão?
A depressão é, provavelmente, a síndrome mais conhecida da nossa lista, sendo um dos distúrbios afetivos mais comuns da nossa sociedade. Resumidamente, é caracterizada pela tristeza recorrente, associada às variações de humor. Desse modo, é quando nos sentimos tristes por um período de tempo maior – duas semanas já são suficientes.
Então, por mais que ela seja tão popular, ainda existe muito preconceito. Pessoas confundem a doença com fraqueza, quando, na verdade, é de muita coragem ser vulnerável e enfrentar a depressão.
Quais são os sintomas da depressão?
- Falta de motivação;
- Cansaço extremo;
- Insegurança;
- Sensação de vazio;
- Angústia constante;
- Falta de sensação de sentido na vida, entre outros sintomas.
Estima-se que cerca de 350 milhões de pessoas ao redor do mundo sejam atingidas por diferentes tipos de depressão. Tanto que a doença é tida como o mal do século XXI. Na pandemia, a situação se tornou ainda mais delicada. Muitos de nós perderam os seus empregos e os seus propósitos por causa do vírus.
Do mesmo modo que outras síndromes, caso perceba qualquer irregularidade, procure ajuda. A depressão traz riscos para a vida e precisa ser tratada.
O que é a Síndrome do Impostor?
“Eu não tenho talento o suficiente para estar aqui”. “Quando será que alguém vai perceber que eu não sou bom o bastante para abrir esse show?”. Se você se reconhece em alguma dessas falas/pensamentos, já foi vítima da síndrome do impostor ao menos uma vez. Em resumo, ela é caracterizada pela sensação de não pertencimento e/ou fraude.
É quando achamos que não merecemos nem somos dignos de estar onde estamos. Segundo um estudo feito em 1978 por pesquisadoras norte-americanas, a síndrome do impostor é ainda mais comum em mulheres bem-sucedidas. Afinal, a sociedade e a cultura nos fazem acreditar que não somos capazes de estar onde estamos.
Por mais simples que possa parecer, o quadro é responsável por aumentar os casos de ansiedade, depressão, entre outras doenças mentais.
Quais são os sintomas da síndrome do impostor?
- Perfeccionismo exagerado;
- Sensação de não pertencimento;
- Sentimento de não ser bom o bastante;
- Insegurança ao ser avaliado;
- Excesso de comparação com os outros, entre outros problemas.
Saúde mental no meio artístico é um assunto sério. Todos nós estamos suscetíveis a ter qualquer um desses distúrbios, entre outros que não citamos. Em todos eles, é fundamental procurar ajuda antes que coloque a sua carreira e a sua vida em risco.
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Novamente, reforçamos sobre a importância de falar sobre saúde mental no meio artístico. Para os artistas independentes, é tanta cobrança e necessidade de dar certo que colocamos o nosso bem-estar em risco. Desse modo, quando conhecemos mais das síndromes, nos tornamos conscientes sobre a nossa situação e se torna mais fácil pedir ajuda.
Burnout, Ansiedade, Depressão e Síndrome do Impostor. Infelizmente, os quatro quadros são mais comuns do que parece. Caso perceba qualquer um dos sintomas, procure um especialista.
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