Primórdios Flores fez uso de ritmos e melodias lentos e melancólicos para as canções. Em algumas delas, se deduz a natureza heróica do povo paraguaio. A primeira foi guarânia, uma versão lenta da polca paraguaia Ma’erápa Reikuaase. Desde a sua criação, a Guarânia tornou-se o mais importante fenômeno musical do Paraguai no século XX através de temas como Índia, Ne rendápe aju, Panambi Vera, Paraguaýpe, Jejuí, Kerasy, Arribeño Resay, o que gerou imediata aceitação e afeto. O gênero seduz especialmente as populações urbanas. Isto é devido, provavelmente, ao interesse destas pessoas por estilos mais rápidos como a Polca paraguaia o purahéi. Há canções criadas em modo sinfônico, baseadas em poemas orquestrais, têm acompanhamento sinfônico. Introdução no Brasil Acredita-se que a guarânia tenha sido introduzida no Brasil pelos próprios paraguaios, especialmente na divisa com o Mato Grosso do Sul, quando muitos vieram para o Brasil a trabalho, durante o ciclo da erva mate. Naquele estado, há traços predominantes na música folclórica que se enquadram perfeitamente à harmonia da guarânia. A guarânia foi introduzida na música popular brasileira por meio do trabalho de pesquisa realizado por Raul Torres, Ariovaldo Pires, Mário Zan e Nhô Pai, em sucessivas viagens ao Paraguai. Torres foi responsável por uma das guarânias de maior sucesso no Brasil, “Colcha de retalhos”, gravada por Cascatinha e Inhana. A mesma dupla fez um sucesso enorme em 1951 com outra guarânia célebre, “Índia”, de José Asunción Flores e Manuel Ortiz Guerrero, em versão de José Fortuna. A partir da década de 1940 tornou-se um dos gêneros mais utilizados pelos compositores da música sertaneja como mais uma forma de fazer sucesso. Milionário e José Rico também ajudaram a estabelecer o ritmo no Brasil. A maioria das canções da dupla são guarânias e huapangos, este último um ritmo também latino com influências indígenas. Na biblioteca do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, da Universidade Estadual Paulista – UNESP, de São José do Rio Preto-SP, há uma dissertação de mestrado, de nome “Cascatinha e Inhana: uma história contada às falas e mídia”, de autoria de Alaor Ignácio dos Santos Júnior, em que o tema é abordado com propriedade. Exemplos de guarânias populares no Brasil • Pra não dizer que não falei das flores – Geraldo Vandré • Judiaria – Lupicínio Rodrigues • Passe livre – Teodoro & Sampaio com Barrerito • Índia – Cascatinha & Inhana • Fio de cabelo – Chitãozinho & Xororó • Horas perdidas – Pardinho & Pardal • Cabecinha no ombro – Almir Sater (entre outros) • Águas passadas – Fafá de Belém e Zezé Di Camargo & Luciano • Liberdade – Roberta Miranda • Pé de milho – Leandro & Leonardo • A última vez – Zezé Di Camargo & Luciano • Flor de lama – Milionário & José Rico • Meu primeiro amor – Perla • Telefone mudo – Trio Parada Dura • Amargurado – Tião Carreiro & Pardinho • Blusa vermelha – Trio Parada Dura • Vestido de seda – Teodoro & Sampaio • Boate azul – Joaquim e Manoel • O futuro é uma incerteza – Nenete & Dorinho • Paixão Proibida – Teodoro & Sampaio • Troféu de Dor – Gino & Geno • Sublime renúncia – Pery e Poty • Minhas Serás Eternamente – Orlando Dias • Serenata Suburbana – Alcides Gerardi • Canto Paraguaio -Ângela Maria • Flor e o Beija-Flor – Henrique & Juliano com Marília Mendonça • Cem Ovelhas – Ozeias de Paula • A Índia e o Traficante – Eduardo Dussek Músicos e compositores notórios de guarânias • José Asunción Flores. • Agustín Barboza. • Demetrio Ortiz. • Eladio Martínez. • Emigdio Ayala Báez. • Florentín Giménez. • Herminio Giménez. • Maneco Galeano. • Mauricio Cardozo Ocampo. • Epifanio Méndez Fleitas. • Cícero Nogueira. • Benedito Seviero • Tomaz • Barrerito
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